sábado, 19 de março de 2011

JAC J3: After the "J" Day

Post originalmente publicado no Blog do Play dia 19/03/2011 Agora não tem jeito. Se o recado for entendido, as quatro grandes e as newcommers que resolveram invadir o mercado de compactos populares agora terão muito trabalho com os chineses daqui a alguns anos. A JAC inaugurou ontem simultaneamente uma rede de 46 concessionárias e 4 pontos de vendas Brasil afora com promessas de ser tudo o que os conterrâneos chineses não conseguiram mostrar aqui e que o consumidor tupiniquim exige: confiabilidade, qualidade e conforto.
Capitaneada por Sergio Habib, dono de pelo menos 15 concessionários da marca, a importadora fez exigências que foram atendidas, ao mudar quase 250 itens em relação ao modelo vendido na China e em outros mercados. Por isso não se assuste se for ao Chile e alugar um, descobrir que o carro vendido no Chile não tem o mesmo desempenho e qualidade que o modelo vendido aqui.
“O experimento mostrou o que já suspeitávamos: os carros da JAC são robustos e resistentes, características singulares às fabricantes de caminhões. Para exemplificar, pastilhas de freio duraram cerca de 60 mil km e a embreagem ultrapassou 100 mil km, em bom estado”, afirma Sergio Habib, presidente da JAC Motors Brasil referindo-se aos 2 milhões de km percorridos em testes. “Estes resultados nos dão a tranquilidade necessária para oferecermos a inédita garantia de 6 anos, bem como oferecer um dos seguros mais baratos do mercado”, complementa.
Os principais problemas apontados nos carros chineses foram atacados sem dó e nem piedade. O principal deles é o interior que recebeu um acabamento mais cuidadoso, com muitos itens que são opcionais na concorrência, e com poucos plásticos toscos aparentes. Outro problema típico de carro chinês são os motores pouco potentes, desses que dão calafrio no motorista só de ver uma ladeira com semáforo ou placa pare no topo. Para quem tem um, deslige o ar-condicionado e engate a primeira e seja paciente. No caso do J3, que virá em versão hatch e a sedan com sobrenome Turin (que virou uma piada pra lá de sem graça na série do mesmo nome vendida nos anos 90 do Kadet), apesar do motor desenvolvido em parceria com a austríaca AVL não ter agradado a exigente imprensa especializada automotiva, já que os 108 cv de potência são alcançados em regime de moto, a 6.000 rpm e o torque de 14,1 kgm/f a também altas 4,500 rpm, mas é suficiente para se dirigir sem se preocupar com ladeiras e o impaciente caminhão (ou Kombi) parado atrás no semáforo. É só saber cambiar no momento certo e não quando o ponteiro do contagiros atinge as 2.000 rpm como muita gente faz. O desempenho não é brilhante, mas também não destoa do que é visto na concorrência nacional, com o 0-100 km/h em 11 segundos e máxima de 186 km/h. O motor tem comando de variável da abertura das 16 válvulas e é acoplado a um câmbio de cinco marchas. A suspensão nas quatro rodas são independentes, com o clássico MacPherson na dianteira e na traseira uma dual link, com braços duplos. Os freios usam a configuração básica de discos na dianteira e tambor na traseira, estes auto ajustáveis, mas dispõem de ABS e EBD.
A lista de equipamentos de série é extensa e contam com ar-condicionado, direção hidráulica, travamento automático das portas a partir de 15 km/h, radio com MP3 e entrada USB com 6 auto-falantes e antena embutida no para-brisas, sensor traseiro de estacionamento, tomada 12 volts e outros itens que agradam bastante o motorista brasileiro. Se a JAC vai ser bem sucedida no mercado brasileiro, isso dependerá do esforço de sua rede de concessionários, distribuição de peças (o que tem se tornado um calcanhar de aquiles em muita marca nova por aqui) e o pós vendas. E o sucesso dela trará outras marcas chinesas, sem o amadorismo das que vieram antes. O preço parte de R$ 37.900 para o hatch e o J3 Turin será comercializado por R$ 39.900.
Detalhes do painel e do console central com iluminação azulada. Contagiros e velocímetro concêntricos não agradam muito o consumidor brasileiro pela dificuldade de leitura. Detalhes em prata tentam dar um ar mais sofisticado a esse compacto.
O acabamento interno recebeu mais atenção do que é costume nas conterrâneas e faz parte dos 242 itens mudados por exigência do importador. E ao contrário do interior colorido que agrada bem mais os chineses, aqui se optou por um duplo tem de cinza, mais sóbrio.
Os modelos foram avaliados pelo Cesvi no quesito reparabilidade. O J3 foi apontado como o segundo hatch compacto mais fácil e barato de se consertar após uma colisão, e o J3 Turin alcançou a primeira posição entre os sedans de seu porte, no mesmo índice.
E a tampa traseira desse modelo exposto no Salão de São Paulo só está encostada antes que escrevam alguma coisa... O desenho foi auxiliado pelo renomado estúdio italiano Pininfarina, desenhadora oficial de Ferraris.
Virá com três cores sólidas: Branco Ártico, Vermelho Cereja e Preto Classic). O único opcional são as quatro opções metálicas que custam RS 900,00 a mais: Prata Imperial, Cinza Mercúrio, Vermelho Rubi e Azul Pacífico.

Um comentário:

  1. Sempre arrasando Play. É o grande colaborador Play Mobile. Obrigadão amigo.

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