segunda-feira, 11 de abril de 2011

Pneus importados evitam colapso no mercado brasileiro, mas sofrem barreiras do governo

A ABIDIPA – Associação Brasileira dos Importadores e Distribuidores de Produtos Automotivos estima que o preço da matéria-prima para a fabricação de pneus sofreu novo aumento, entre Março e Abril. O reajuste, em média, atingiu 15% o que, somado a outros fatores, colocam o país em risco quanto ao abastecimento regular do produto. Outros fatores que pesam para um possível desabastecimento são: crescimento da indústria automobilística nacional e a desvalorização do dólar frente à moeda brasileira. “Não fosse os importadores, o Brasil estaria em situação ainda mais grave”, lembra o presidente da ABIDIPA, Rinaldo Siqueira Campos. Aproximadamente 30% dos pneus consumidos no país são importados. Os pneus importados oferecem diversidade de opções e preços e a mesma qualidade em relação àqueles fabricados no país. “As cinco fabricantes que atuam no mercado nacional, em alguns casos também importando produtos para atender à demanda, não conseguiriam atender a demanda brasileira”, garante Siqueira Campos. Hoje, o Brasil conta com mais de 100 importadores em atividade. Siqueira Campos também salienta a importância dos importadores para regulação do mercado. “Os importadores ajudam a equilibrar o mercado nacional, oferecem produto de excelente qualidade e ainda credenciam o Brasil para atuar no comércio internacional, abrindo uma via de mão dupla para que possamos oferecer produtos nacionais ao exterior”, exemplifica. Os importadores previam reajuste médio de 10%, ao consumidor, a partir de Abril. Em alguns casos esse aumento ainda não foi repassado. “Depende do estoque de cada importador. Aquele que ainda tem pneus estocados consegue segurar o preço que, cedo ou tarde, será reajustado”, afirma o presidente da ABIDIPA. Os dez maiores importadores do país trazem, por mês, cerca de mil contêineres. Um contêiner significa a entrada aproximada de 1.500 pneus no nosso mercado. Outro dado interessante para mostrar a força dos importadores no mercado nacional: Muitas das montadoras que atuam no país só conseguem atender à demanda de suas unidades produtoras por conta das empresas que trazem pneus de outros continentes. Veja alguns exemplos: Os pneus da marca Kumho abastecem as montadoras de carros coreanos; os pneus Yokohama atendem às montadoras japonesas no mercado brasileiro; os pneus Gtradial abastecem a linha de produção nacional da GM; os pneus MAXXIS atendem, com exclusividade, os quadriciclos da HONDA e os automóveis Ford Fusion que entram no mercado brasileiro, mas são fabricados no México; e ainda, os pneus DUNLOP que atendem montadoras européias que atuam por aqui, a Volkswagen, por exemplo. Em que pese a comprovada importância dos importados para o mercado nacional, a ABIDIPA lembra que há três anos, os importadores vêm sofrendo com as barreiras impostas pelo governo brasileiro. “Eles sobretaxaram os pneus chineses, o que atingiu 40% dos importadores; criaram barreiras não tarifárias, mas igualmente prejudiciais. Por conta da burocracia, pneus que poderiam entrar no mercado em 72 horas demoram até 12 dias para serem liberados.”, lembra Siqueira Campos que segue exemplificando as dificuldades do setor. “As normas criadas pelo IBAMA para a liberação das licenças de importação não são esclarecedoras e atrapalham o processo”, garante. “Sem os importados, o mercado brasileiro estaria diante de um colapso. Não haveria pneu suficiente para atender à crescente demanda do mercado nacional. Por isso, precisamos da sensibilidade das nossas autoridades”, finaliza.

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