segunda-feira, 18 de abril de 2011

Revisão para o feriado prolongado de Páscoa deve começar pelos pneus

Baixa pressão interna, desgaste excessivo da banda de rodagem e rodas desbalanceadas ou desalinhadas comprometem equilíbrio do veículo e podem até provocar acidentes
O balanço da Polícia Rodoviária Federal (PRF), divulgado em 10 de março, revelou que o feriado de Carnaval deste ano registrou o maior índice de violência para o período já ocorrido em rodovias federais em todos os tempos.
Segundo o relatório, da meia-noite de sexta-feira até a meia-noite da quarta-feira de Cinzas, ocorreram 4.165 acidentes, que resultaram em 2.441 feridos e no trágico recorde de 213 vítimas fatais. Esses números não incluem as estatísticas em rodovias estaduais, o que torna os índices ainda mais alarmantes.
Além da imprudência dos motoristas e das más condições climáticas ou das próprias estradas, boa parte desses acidentes foi causada pela falta de manutenção dos veículos. Por essa razão, a Bridgestone - maior fabricante de pneus do mundo - reforça a recomendação aos motoristas para que façam o check-up do carro antes de seguir viagem neste feriado prolongado de Páscoa - que este ano começará na quinta-feira (21), por causa da comemoração do Dia de Tiradentes - a fim de garantir um descanso tranquilo em família e o retorno para casa em segurança.
A revisão ideal para pegar a estrada inclui a checagem de um grupo básico de itens do veículo como filtros e óleo do motor, água do radiador, sistemas de freio e de suspensão, bateria, faróis e palhetas do limpador do pára-brisa, entre vários outros componentes. Mas há um item que, segundo pesquisas, nem sempre é lembrado, apesar de sua vital importância: os pneus.
"Muitos motoristas se esquecem dos pneus que são, em última análise, o elo entre o veículo e o solo. Muito da estabilidade e da segurança do veículo vem deles", afirma José Carlos Quadrelli, gerente geral de Engenharia de Vendas da Bridgestone. Segundo o engenheiro, os pneus são fundamentais para o aproveitamento total das características de vários sistemas do veículo: suspensão, transmissão, tração, direção e frenagem. "Eles exercem influência direta em praticamente todo o comportamento dinâmico de um carro. A calibragem correta é item essencial tanto para a boa condição de rodagem, como para o menor desgaste, boa dirigibilidade e menor consumo de combustível - portanto, reduzindo a emissão de CO2 na atmosfera. Enfim, pneus em boas condições favorecem a segurança do motorista e dos passageiros".
Segurança
O ar interno (ou o nitrogênio, também utilizado para esse fim) é um dos componentes do próprio pneu. Sem ele, ou com seu volume abaixo do indicado, o pneu não tem como atender às exigências de desempenho previstas em seu projeto, comprometendo diretamente o comportamento e a segurança do próprio veículo. Por isso, as montadoras recomendam a checagem semanal da pressão dos pneus, a fim de evitar o desgaste prematuro ou a deformação desses componentes. A prática, no entanto, não é seguida por boa parte dos motoristas.
Pesquisa realizada pela Bridgestone recentemente apontou que um em cada cinco motoristas dos principais países latinoamericanos dirige habitualmente com baixa pressão em pelo menos um dos pneus de seu carro. Também importante, um em cada sete motoristas dirige em situação de risco por deixar os pneus com pressão abaixo do limite mínimo de segurança (9 psi abaixo do recomendado).
Como resultado, os motoristas desperdiçam anualmente 264 milhões de litros de combustível, o equivalente a US$ 121 milhões. Os números também refletem na emissão extra de 595 milhões de kg de CO2 na atmosfera.
"A baixa pressão dos pneus pode acarretar vários danos ao veículo: perda de aderência, risco de detalonamento (quando o pneu "desencaixa" do aro da roda), deterioração da estrutura interna do pneu devido ao aquecimento extremo durante a rodagem, instabilidade, maior esforço do motor e, consequentemente, aumento do consumo de combustível, o que resulta ainda na emissão de maiores quantidades de CO2", explica Quadrelli. Além disso, o limite de desgaste permitido por lei é de 1,6 milímetro de profundidade do sulco do pneu. Abaixo disso, segundo a fabricante, a velocidade para que o carro perca a aderência sobre superfícies molhadas (aquaplanagem) é reduzida em 40%, aumentando significativamente a possibilidade de um acidente.
Quadrelli reforça ainda que é preciso seguir a calibragem dos pneus indicada pelo manual do proprietário do veículo, que em alguns casos também é encontrada no lado de dentro da tampa do bocal de combustível ou em outros pontos internos da carroceria. Outra medida simples é fazer o rodízio de pneus - inversão das posições entre os dianteiros e os traseiros - que tem por função equalizar o desgaste e garantir uma vida longa e uniforme a eles. "O ideal é fazer o rodízio periodicamente, de acordo com o manual do veículo. Na falta deste, o rodízio pode ser feito a cada oito mil quilômetros para pneus radiais, e a cada cinco mil para os diagonais".
No caso do motorista que compra um par de pneus novos, a recomendação é que eles sejam instalados no eixo traseiro, de acordo com Quadrelli. "Muitos pensam que os pneus mais novos devem ser colocados na frente, mas é justamente o contrário, porque o risco de um acidente pela falta de aderência no eixo traseiro é sempre maior, visto que o veículo tende a perder a estabilidade, uma condição muito mais difícil para o controle da direção do que quando o pneu perde a aderência nos pneus dianteiros, que causa apenas a perda momentânea da dirigibilidade", explica.
Conheça os dez mandamentos para o uso inteligente do pneu:
1. Calibrar os pneus semanalmente de acordo com a indicação do manual do fabricante do veículo;
2. Fazer o rodízio de pneus. Veículos com pneus radiais a cada 8.000 quilômetros e veículos com pneus diagonais a cada 5.000 quilômetros rodados;
3. Evitar sobrecarga no veículo. Excesso de peso compromete a estrutura do pneu e aumenta o risco de danos ou de alterações estruturais importantes;
4. Fazer a manutenção preventiva de todo o veículo. Amortecedores, molas, freios, rolamentos, eixos e rodas atuam diretamente sobre os pneus;
5. Utilizar as medidas de pneus e rodas indicadas pelo fabricante do veículo. As partes do carro foram projetadas para interagirem de forma equilibrada. A utilização de pneus e rodas diferentes altera o equilíbrio;
6. Alinhar a suspensão e balancear os pneus sempre que o veículo sofrer impactos fortes, na troca de pneus, quando os pneus apresentarem desgastes irregulares, ao serem substituídos componentes da suspensão, quando o veículo estiver "puxando" para um lado ou a cada 10.000 km;
7. Utilizar o pneu indicado para cada tipo de solo. Rodar na cidade com um pneu destinado ao uso em terra (fora de estrada) provocará perdas no consumo de combustível, na estabilidade e na durabilidade das peças do veículo;
8. Observar periodicamente o indicador de desgaste da rodagem (TWI). Este indicador existente em todo pneu mostra o momento certo para se efetuar a troca, reduzindo o risco de rodar com o pneu careca. O limite de profundidade do sulco do pneu é de 1,6 milímetros;
9. Não permitir o contato do pneu com derivados de petróleo ou solventes. Estes produtos atacam a borracha fazendo com que ela perca suas propriedades físico-químicas e mecânicas;
10. Evitar a direção agressiva, com freadas fortes e mudanças bruscas de direção. Nunca ignore a existência de lombadas, buracos e imperfeições de piso. Os melhores pilotos de competição são aqueles que, mesmo rápidos, sabem poupar seus carros e pneus.

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