Com cerca de 80% da população brasileira concentrada nas grandes cidades, questões como a mobilidade urbana e a qualidade do meio ambiente vêm preocupando diversos setores da sociedade. Segundo simulações realizadas pela NTU (Associação Nacional das Empresas dos Transportes Coletivos), a partir de parâmetros do Proconve (Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores), constatou-se que o usuário de carro emite no ar nove vezes mais dióxido de carbono (CO2) do que o usuário de ônibus urbano e o de motocicleta, 17 vezes mais. Um levantamento divulgado pelo Ministério do Meio Ambiente, neste ano, aponta que o transporte coletivo é responsável por apenas 2% das emissões de CO (monóxido de carbono), 14% de NOx (óxidos de nitrogênio) e 11% de CO2 (dióxido de carbono), enquanto o transporte individual lança na atmosfera 83% de CO, 9% de NOx e 23% de CO2. “Atualmente, 30% dos deslocamentos da população brasileira são realizados em meios motorizados e individuais, ocupando 70% das vias de circulação, algo que compromete a qualidade do ar e do trânsito urbano nas cidades. Para os ônibus urbanos resta, portanto, um pequeno espaço que tem que ser dividido com caminhões e outros veículos de carga”, explica Marcos Bicalho dos Santos, diretor superintendente da NTU. Uma das medidas para melhorar as emissões por parte do segmento dos transportes é o estímulo contínuo ao uso dos ônibus, já que conseguem comportar de 70 até 80 passageiros. Um ônibus é capaz de substituir 50 automóveis ou 70 motocicletas. Em números absolutos, a frota brasileira atual de ônibus está em 105 mil veículos e transporta diariamente 55 milhões de passageiros por dia. Porém, existe a necessidade de aumentar os números de forma progressiva. “Para melhorar a mobilidade urbana nas metrópoles é necessário criar uma cultura do uso dos transportes coletivos. Isso acontece aliando a oferta de serviços de qualidade à demanda por parte do usuário”, ressalta Bicalho.
Ônibus em vias exclusivas
O Bus Rapid Transit, ou BRT, é um sistema de ônibus de alta capacidade que provê um serviço rápido, confortável, eficiente e de alta qualidade. Com veículos de transporte coletivo sobre pneus, circulando em corredores exclusivos, o sistema tem desempenho similar aos metrôs, apresentando tempos de parada menores e pagamentos das tarifas nas estações. “Este sistema proporciona uma mobilidade rápida, aumentando a confiabilidade dos usuários nos transportes coletivos. Pela sua versatilidade, as frotas de ônibus podem ser alocadas de acordo com a demanda do transporte em uma determinada região”, explica o executivo. Entre outras características do BRT estão plataformas elevadas no mesmo nível dos ônibus, veículos de maior capacidade e com tecnologias mais limpas, transferência entre rotas sem incidência de custo, programação e controle rigorosos da operação e sinalização e informação ao usuário. O sistema está presente em mais de 80 cidades ao redor do mundo, entre elas nas cidades-sede da Copa da África do Sul e, no Brasil, em Curitiba, São Paulo e Goiânia.
Veículos com tecnologia e combustível mais limpos
Entre as tecnologias a serem implantadas nos ônibus e, que inclusive estarão presentes nos modelos que circularão nos BRTs, está a instalação de motores do padrão Euro V. Com o objetivo de minimizar o impacto ambiental dos veículos e para atender a fase sete do Proconve, esse tipo de motor equipará todos os tipos de ônibus fabricados a partir de 2012. Além disso, equipamentos de pós-tratamento, como catalisadores, filtros e conversores de gases também deverão estar presentes em todos os ônibus. Quanto ao tipo de combustível, a partir 2013, o diesel S-50, comercializado a partir do ano passado, começa a ser substituído pelo diesel S-10. Esse tipo de combustível é mais limpo, pois apresenta a concentração de 10 partículas por milhão de enxofre.
Eu vi a matéria na revista. Eles fizeram a análise baseado no número de veículos circulantes e usando gráficos para ilustrar a matéria. Quer dizer: temos uma frota estimada de 21 milhões de carros, 7 milhões de motocicletas, 1 milhão e meio de caminhões e só 300 mil ônibus. E mostraram para o Minc que se diz "chocado" com a situação. E para posar de "verdinho" usando cálculos e matéria forçada até eu faço melhor do que isso. Pergunte a qualquer um que more perto de alguma garagem de ônibus o que ele acha da qualidade do ar. E pergunte para as "otoridades" públicas o porquê do desmonte dos trólebus e o pouco investimento em combustíveis alternativos como o GNV e o óleo vegetal e em filtros anti-particulados.
ResponderExcluirE mais, se os empresários e administradores dos sistemas de transporte público trabalhassem a sério, o número de carros nas ruas diminuiria consideravelmente, já que a maioria das pessoas só dirigem por obrigação.