terça-feira, 13 de julho de 2010

Os desafios da reciclagem. A hora e a vez do vidro

A característica praticamente infinita de reciclagem do vidro – o produto não perde as suas propriedades com o processo – faz deste material um aliado do meio ambiente. No entanto, no Brasil a discussão da questão da reciclagem de vidros começou a ser abordada recentemente, e ainda grande parte deste material tem como destino os aterros sanitários. O produto, quando lançado à natureza leva mais de 5000 anos para se decompor. Já há bastante tempo preocupada com a proveniência de sua matéria-prima e com a responsabilidade de seus resíduos, a Saint-Gobain Glass, unidade de produção de vidros do grupo Saint-Gobain, é hoje uma das referências quando se trata de processo de reciclagem deste material. Através de uma parceria com a Massfix, empresa especializada em reciclagem de vidros de diferentes tipos, o grupo adquire atualmente 1800 toneladas de vidro reciclado por mês junto à empresa. Os cacos são provenientes de vidros automotivos (pára-brisas), captados pela Massfix em empresas do segmento de vidros automotivos como Carglass e AutoGlass, e assim descontaminados e reciclados para retornar à industrialização de garrafas e cervejas nas unidades fabris da Saint-Gobain - Porto Ferreira – SP e Campo Bom – RS. Como explica o chefe de desenvolvimento de recicláveis da Saint-Gobain Glass, Wagner Sabatini, a parceria com a Massfix gerou inúmeros benefícios para o negócio da empresa e consequentemente para o meio-ambiente e a sociedade em geral. O acordo teve início em 2005, quando a multinacional percebeu que a especialização no negócio de reciclagem da Massfix, que tem frota própria e atua nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste do país, seria vantajosa para a empresa, em especial pela redução da dependência de cacos de vidro de embalagens domésticas – garrafas, sucos, remédios, entre outros, que são mais escassos no mercado devido à dificuldade de se reunir este material. Hoje a matéria-prima reciclada para o processo de fabricação é basicamente proveniente de vidros automotivos (pára-brisas), adquiridos por empresas como Carglass e Autoglass pela Massfix, e recicladas na sua fábrica localizada em Guarulhos. “Esta redução da dependência do vidro de embalagens foi extremamente vantajoso, pois passamos a utilizar o vidro de pára-brisas, que tem maior quantidade no mercado e com menor custo, o que consequentemente aumentou o volume de utilização do percentual de caco no forno. O resultado foi uma mudança financeiramente importante, pois conseguimos diminuir o custo de fabricação e agregamos mais valor à compra do caco”, afirma o diretor. Desta forma, a Saint-Gobain Glass comemora o seu percentual de 55% de caco – vidro reciclado – no forno, podendo chegar em até 80% de caco quando limpo e disponível no mercado. Ou seja, há uma menor dependência de matéria-prima de extração natural - areia, sulfato, barrilha, feldespato e calcário, que são utilizados para a produção do vidro. Outro benefício: há uma economia de energia em torno de 30% dependendo da proporção de caco utilizado. Isto porque o caco de vidro já está no processo de pré-fusão e demanda menos esforços. “Também há uma prolongação da vida útil do forno, devido a este menor aporte energético”, afirma.

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