Tudo o que você queria saber sobre automóveis e tinha vergonha de perguntar
Alfa Romeo TZ3 Corsa, conceito de 2010 feito pela casa Zagato inspirado nos Alfas "Coda Tronca" de 1962. O formato da carroceria é inspirado nas Alfa Romeo que usaram carrocerias Kammback. |
Nessa terceira parte vamos abordar dois tipos de carrocerias que foram associadas à esportividade, mas que surgiram em nome da eficiência aerodinâmica.
Fastback
Esse tipo de carroceria começou a ser implementada nos anos 30 como forma de melhorar a eficiência aerodinâmica dos carros e de quebra melhorar o conforto dos passageiros, especialmente os que se sentam no banco de trás que deixaram de sentarem em cima do eixo. Havia estudos anteriores sobre esse tipo de carroceria, mas ela só foi implementada com o surgimento do Lincoln Zephir e do Chrysler Airflow. Enquanto o primeiro, de desenho mais conservador teve boas vendas, o segundo, com elementos estéticos que seriam vistos somente na década seguinte como grade de radiador na mesma altura dos para-lamas, por exemplo, não vendeu o que foi esperado.
Dependendo do formato, pode ter configurações de dois, dois volumes e meio e três. O primeiro caracteriza por uma queda suave da linha do teto até os para-choques e foi introduzido na escola "streamline" que buscava uma melhor eficiência aerodinâmica. A vantagem de uma carroceria aerodinâmica é um melhor desempenho com menos potência e menos consumo de combustível, o que era esperado nesses tempos tão difíceis. Lembre que esses carros surgiram após a quebra da bolsa de 29 e poucos tinham dinheiro para comprar um carro novo. Aos poucos foram dando espaço aos três volumes e peruas nos anos 50 nos EUA e aos hatchbacks na Europa quando esse tipo de carroceria voltou com força nos anos 60 em configuração "dois volumes e meio".
A partir de 1964 com o surgimento dos "poneis cars" (carros "pequenos" [padrão americano que para nós é médio-grande] destinados competir com o Mustang) e "muscle cars" (carros "médios" e grandes com motores de alta cilindrada em blocos pequenos e grandes) esse tipo de carroceria era mais apreciado pelos jovens compradores desses dragsters de rua. E porque dava um visual mais esportivo apesar de não haver nenhum estudo sério sobre os efeitos da aerodinâmica, o importante não era ter uma carroceria esportiva, mas que parecesse esportiva. Nos anos 70 na Europa esse tipo de carroceria se tornou mais presente em sedans, em especial em alguns mercados como o inglês principalmente nos formatos notchback e liftback que abordaremos na próxima coluna.
Kammback
Wunibald Kamm com seus estudos rompeu o conceito de que os designs em forma de gota inspirados na industria aeronáutica era o melhor e propôs essa carroceria com o teto em declive a partir de sua metade e sofrendo um corte abrupto. Esse perfil "alongava" a silhueta do veículo diminuindo o arrasto aerodinâmico e melhorando substancialmente o desempenho dos carros, que não precisam de grandes potências para alcançar grandes velocidades.Esse tipo de carroceria era chamada de Kammback na Europa e Kammtail nos EUA. Esse tipo de carroceria se mostrou eficiente nas Mil Milhas italianas 1940 com o protótipo 328 Kammback e nos anos 60 praticamente todo esportivo que se levasse a sério tinha esse tipo de carroceria. Bons exemplos eram o Ford GT40, o Shelby Cobra Daytona que apesar de usar o mesmo motor que o Cobra 289 andava bem mais e consumia 30% menos combustível, item importante para as provas de endurance. Hoje a maioria dos hatches usam esse tipo de desenho, mas com proposta de economizar combustível.
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