sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Ética. Cliente e seguradora

A crise econômica mundial, a abertura do resseguro, o crescimento do mercado em negócios e a ampliação do patrimônio protegido de cidadãos e empresas criou situações inéditas e viabilizou apólices e relações comerciais mais complexas. Neste contexto, o cidadão adotou uma postura exigente, buscando mais informações e direitos. Tais mudanças resultaram na necessidade de ampliar a discussão sobre Ética e Transparência na Atividade Seguradora em um evento realizado em São Paulo no último dia 21. A oitava edição do encontro promovido pelo Sindseg (Sindicato das Seguradoras Previdência e Capitalização do Estado de SP) e coordenado pelo Advogado Antônio Penteado Mendonça reuniu as principais instituições do setor e representantes de defesa do consumidor para discutir a atual relação entre a sociedade e o mercado. Ao falar sobre a ética nos contratos de seguros, o ministro do Supremo Tribunal Federal, Marco Aurélio Mello, observou que ambas as partes, clientes e seguradoras, devem estar unidos e as boas práticas de cidadania podem ser realizadas dos dois lados. “Se as partes partirem da boa fé, a ética certamente surgirá. O Seguro é um serviço a ser tratado em caráter coletivo, como bem comum, em que seguradoras, corretores e a sociedade devem lembrar que não existe direito sem ética”, ressaltou. O ministro apontou como alternativa a adoção de maiores discussões sobre o assunto e abordagem lógica nos contratos. “Os contratos necessitam de clausulas que definam a melhoria de relação entre a sociedade e o mercado, dessa maneira é possível usar de uma arbitragem para amenizar os conflitos da relação”. Para o desembargador José Renato Nalini, o mercado de seguros apesar da recente crise, continua em ascensão e é um dos setores mais promissores para apoiar o reaquecimento da economia. “Há exatamente um ano a atividade seguradora no Brasil era apontada como uma das mais atrasadas do mundo. Hoje, o país está entre os mais desenvolvidos e foi o menos afetado pela crise financeira”, observou. A expectativa para 2009 é que a atividade represente 4% de participação no PIB. O promotor da Cidadania e do Consumidor, José Luiz Bednarski, falou sobre a relação entre cliente e seguradora na ótica da sociedade. “Quando tem um cliente reclamando, isso é um problema. Quando surgem dez clientes fazendo a mesma reclamação, a empresa passa a ter um grande problema”, comentou. Bednarski lembrou também da importância da comunicação eficaz com o cliente. Segundo o promotor, as seguradoras precisam pensar em como estão se comunicando com o seu púbico. “A maioria das pessoas não lê contrato, precisamos de uma forma prática para despertar o interesse no consumidor”, completou. Na opinião do diretor da Susep (Superintendência de Seguros Privados), Murilo Matos Chaim, o setor deve investir em Ouvidoria e SAC. “O contato direto com o cliente pode evitar problemas. Dar atenção para a necessidade do segurado e atendê-lo no momento certo é dever de todo o mercado”. Mauro Batista, presidente do Sindseg falou sobre as iniciativas do setor em ampliar a comunicação e obter comportamento ético de ambas as partes. “Temos promovido eventos em torno do assunto e ampliando o discurso para que a sociedade participe ainda mais e conheça a atividade seguradora. Dessa forma estamos caminhando para um mercado ético em que todos contribuem em benefício do desenvolvimento da cidadania”, completou.

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