terça-feira, 13 de outubro de 2009

Alta Roda nº 546 — Fernando Calmon — 13/10/09

CRIATIVO AGILE
O concorrido segmento dos compactos, de longe o mais importante do mercado brasileiro, tem despertado a criatividade dos fabricantes. De hatches a picapes, passando por sedãs, stations e utilitários esporte, a oferta inclui a convivência de diferentes gerações. A nova safra de hatches compactos anabolizados, iniciada por Punto e Sandero, inclui agora o Agile. Com 3,99 m de comprimento, 2,54 m de distância entre eixos e 1,68 m de largura, o novo Chevrolet só não enfrenta em largura o modelo da Renault. Curiosamente, o Agile utiliza arquitetura derivada do primeiro Corsa, de 1994, a exemplo do Celta/Prisma. No entanto, oferece mais espaço interno do que a segunda geração do Corsa (de 2002), porém sem o subchassi dianteiro deste, por limitações de orçamento. A longevidade das arquiteturas, sempre bem explorada por engenheiros brasileiros, terá seguidores também no exterior em razão das dificuldades financeiras atuais. Isso não impede a concepção de carrocerias completamente diferentes e interiores renovados que, de fato, importam ao consumidor. A GM optou por simplificar a oferta. Pelo menos de início há duas versões: LT, a partir de R$ 37.700, e LTZ, que chega a R$ 42.700. Nessa faixa de preço enquadram-se Fox, Fiesta, Peugeot 207 e Citroën C3, além de Punto e Sandero, e versões mais equipadas de Gol, Palio e Corsa (neste o preço mudará pela inevitável canibalização). O Agile vem bem recheado de equipamentos de série, desde a LT: direção assistida, ar-condicionado, comando elétrico de vidros dianteiros e travas das portas, ajuste de altura do banco do motorista, computador de bordo e até estabilizador de velocidade. É o primeiro carro nacional a oferecer suporte energizado para o GPS portátil sobre o painel. Airbags frontais são opcionais, mas freios ABS, só na LTZ. Espaço para as pernas no banco traseiro (inclusive os pés, sob os bancos dianteiros) e o volume do porta-malas, de 327 litros, são pontos altos. O estilo, tomado em conjunto, também atrai. Mas a grande grade dianteira de dimensões avantajadas e o aplique preto na coluna C talvez desagradem alguns. Capô alto e formato da carroceria acabaram prejudicando a aerodinâmica: Cx 0,37. Único motor disponível, agora, é o 1.4-litro, 97cv/102cv. Como seu peso chega perto de 1.100kg, o desempenho em estrada mostrou-se um pouco prejudicado, na avaliação inicial feita na Argentina, onde é produzido. Lá, com gasolina sem etanol, perde 5 cv e aqui ganha 10 cv só a etanol. Deve vir o motor de 1,8 litro, adiante. Optou-se por aumentar as bitolas e o entre-eixos da veterana plataforma do Corsa. O resultado em termos de dirigibilidade ficou bom. Leiaute interno e o interessante revestimento dos bancos destacam-se, bem como a posição de dirigir. O quadro de instrumentos traz belo impacto visual, mas é estranho o ponteiro do conta-giros descer ao subir a rotação. A mesma base mecânica dará origem à nova picape, prevista para maio de 2010, e o primeiro SUV compacto Chevrolet, em 2011. Além de uma versão de três volumes, que o fabricante afirma estar estudando, mas já se tem como certa. Os modelos restantes da família, de codinome Viva, serão feitos no Brasil somente. RODA VIVA MÊS de setembro recorde em vendas (308,7 mil veículos) torna mais factível a projeção da Anfavea para 3 milhões de unidades no mercado interno em 2009, também recorde. Greves atrapalharam, mas estoques do mês de agosto ajudaram. Houve, claro, antecipação de compras, pois o IPI começa a subir em outubro progressivamente até janeiro de 2010. QUEDA dos juros, crédito farto e confiança do consumidor estimularam os fabricantes a continuar contratando no mês passado (mais 692 funcionários). Isso apesar da queda brutal (45%) nas exportações, o que vai impactar negativamente na produção deste ano. Dois indicadores preocupantes em um ano que se dava por perdido e agora até se comemora... TERCEIRA geração do Audi A6 o transformou no mais longo (4,93 m) e pesado (1.725 kg, tração integral) entre os médio-grandes premium do mercado mundial. Ganhou em espaço interno e estilo refinado. Mas a combinação de compressor (não é turbo, apesar do logotipo 3.0T) e injeção direta, 290 cv e nada menos de 43 kgf·m de torque, é estonteante, para um sedã da classe. SALÃO Duas Rodas, organizado pela Rede Alcântara, mostrou que setor mantém sua pujança. Atraiu cerca de 200.000 visitantes em um ano difícil e de queda nas vendas. O Polo Industrial de Manaus continua seduzindo novos fabricantes, como a Embramoto. E ainda se consolida: Garini anunciou no Salão a absorção da Green. Também houve ações dos produtores de etanol. OUTRO setor que aposta em grandes eventos é o de veículos fora de estrada. De 23 a 25 de outubro, no Centro Imigrantes, em São Paulo (SP), acontece o VI Festival e Expo Brasil Off Road. A programação movimentada, dividida em 10 atividades, desloca aficionados de todo o País para um fim de semana de competições e muita integração. ____________________________________ fernando@calmon.jor.br

Nenhum comentário:

Postar um comentário