quarta-feira, 25 de novembro de 2009

GT Malzoni é exposto no Museu da Audi na Alemanha

Um dos únicos exemplares do GT Malzoni chegou ao Museu Audi Mobile em Ingolstadt, na Alemanha, no dia 17 de novembro e ficará em exposição, em uma área exclusiva do local, até o dia 30 de novembro. O esportivo criado na década de 60 inicialmente para as pistas de corrida é o primeiro veículo brasileiro a ser exibido no museu oficial da marca. O interesse da Audi pelo Malzoni nasceu em 2007, quando representantes da Audi Tradition – divisão responsável pela preservação da história da empresa – vieram ao Brasil em busca do esportivo. O jornalista Flavio Gomes, admirador dos veículos da Vemag, foi o responsável por encontrar um modelo em bom estado para restauração. A pedido da Audi, o modelo incorporado ao acervo foi restaurado no sul do Brasil por especialistas. O Malzoni em exposição é um cupê esportivo ano 1965, com motor de 60 hp dois tempos de três cilindros. Uma jóia de colecionador que teve apenas 35 unidades produzidas. A história do modelo Malzoni começou em 1962 quando Genaro “Rino” Malzoni, filho de um fazendeiro do interior paulista, segundo a lenda, projetou seu próprio cupê para impressionar as moças. O trabalho artesanal ficou impecável. Em outubro de 1964, o GT Malzoni – um veículo com carroceria esportiva feita por "Rino" Malzoni e chassi e mecânica do DKW - estreou em Interlagos, chegando ao primeiro lugar na classe dos protótipos. Como usava ainda uma carroceria de chapa, a performance do motor ficava comprometida, o que levou à reconstrução da carroceria - com alguns retoques no desenho feitos por Anísio Campos - utilizando fibra de vidro. O resultado foi uma berlineta de peso bastante inferior que recebeu o nome de GT Malzoni. O modelo chegou a vencer cinco corridas em 1965 com o pequeno motor de 1080 cm³ de cilindrada com até 106 hp de potência. Das pistas, o modelo acabou chegando às ruas, com um motor de três cilindros, dois tempos e 981 cm3, desenvolvendo a potência de 60 cv a 4500 rpm. A velocidade máxima era de 145 km/h. Em 1966 o modelo marcou sua estréia na tradicional prova das Mil Milhas de Interlagos, e com seus 100 hp de potência ultrapassou o limite mágico da época de 200 km/h. O esportivo ficou em terceiro lugar porque a três voltas do final precisou fazer um pit stop adicional. Na década de 60, foram fabricados apenas quatro modelos Malzoni de corrida. Tradição nas pistas A história esportiva do Malzoni é muito rica no Brasil. Para os amantes da velocidade, não é possível esquecer os duelos emocionantes entre Alfas, Interlagos, Simcas e Malzonis, com estes últimos voando baixo em Interlagos à frente de todos os outros, com os pequenos motores de 1080 cm3 e 106 hp de potência. Entre os pilotos que se destacaram no passado com estes modelos Malzoni podemos citar Emerson Fittipaldi, Mário Cesar de Camargo Filho, Bird Clemente, Francisco Lameirão, Norman Casari e muitos outros não menos importantes. Diante do quadro bastante promissor, Rino Malzoni, Jorge Letry, Luis Roberto Alves da Costa e Milton Masteguin se associaram e fundaram a Sociedade de Automóveis Lumimari (nome derivado das duas letras iniciais de cada sócio). Em 1966 a empresa mudou sua razão social para Puma Veículos e Motores. O Malzoni pode ser considerado o “avô” do mais famoso esportivo brasileiro, o Puma, que chegou a ser exportado para cerca de 50 países e foi o único carro brasileiro montado em outros lugares, como Canadá e África do Sul. Em 1967, a Vemag foi vendida no Brasil para a Volkswagen e o GT Malzoni, mais tarde, seria substituído pelo Puma.

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