segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Carretas customizadas ajudam a desafogar o sistema de saúde

Não é novidade que várias pessoas esperam por atendimento nas filas do Sistema Único de Saúde (SUS). Preocupado em prestar serviço itinerante à população carente, o gastroenterologista Roberto Kikawa idealizou um hospital sobre rodas com equipamentos de última geração e profissionais especializados para suprir esta demanda. O diretor da Truckvan (empresa brasileira fabricante de unidades móveis), Alcides Braga, afirma que a aplicação de carretas para este segmento tem sido muito procurada pela classe. Segundo o diretor da Truckvan, em geral as unidades móveis demoram de quatro a cinco meses para serem construídas e possuem até 15 metros de comprimento. “Normalmente são equipadas com consultórios e laboratórios para realização dos exames de diagnósticos. Toda estrutura conta com ambientes climatizados com ar-condicionado, banheiros, elevador hidráulico para acesso de portadores de necessidades especiais e idosos. Dependendo do projeto, também podem ter gerador próprio de energia, palco com sistema de som, projetor multimídia com telão, entre outros atrativos”. De acordo com Kikawa, através do seu projeto chamado CIES Móvel – Centro de Integração e Educação de Saúde, conhecido como “Carreta da Saúde”, esta é uma alternativa econômica e eficiente para garantir qualidade de saúde para a população que atualmente não é atendida pelas UBSs e nem pelos hospitais que registram enormes filas. “Em muitos casos, a construção de um hospital, com o passar do tempo, poderia passar a ser ocioso após atender imediatamente a demanda local”, explica. O atendimento médico-preventivo da Carreta da Saúde abrange nove especialidades: gastroenterologia, otorrinolaringologia, urologia, oftalmologia, imaginologia, mastologia, cardiologia, dermatologia e pequenas cirurgias, além de coleta de exames laboratoriais e audiometria. O serviço conta com a participação efetiva de empresários e órgãos governamentais locais e é muito mais barato do que uma unidade convencional. “Em um ano e meio de atividades, já atendemos mais de 5 mil pessoas com cerca de 7,5 mil procedimentos médicos com um custo em média de R$ 36 por consulta”, diz Kikawa. Baseado no conceito de Hospice Care – atendimento oferecido nos Estados Unidos e em outros países para pacientes em estado terminal – o centro médico móvel é elaborado de acordo com as normas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Adepta também do sistema, a Organização de Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP) também tem planos de implantar o projeto CIES a partir do modelo auto-sustentável com apoio de parcerias públicas e privadas.

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