quinta-feira, 13 de maio de 2010

Alta Roda nº 576 — Fernando Calmon — 11/5/10

Novo Uno esquenta a briga
O novo Uno é um modelo-chave para a Fiat na luta pela liderança do mercado de automóveis e comerciais leves. Já o Mille, em produção desde 1984, permanecerá até 31 de dezembro de 2013 em razão das futuras exigências de segurança passiva. Foram investidos US$ 600 milhões, incluindo o sucessor do Palio, que chega em 2011 com dimensões maiores que o atual. O carro tem muitas qualidades. No entanto, além de drenar vendas dos adversários vai canibalizar, talvez de forma severa, o Palio e algo do Mille. Tanto que a fábrica anunciou um corte linear de R$ 600 nos preços sugeridos destes dois modelos. A Fiat esperar vender no mínimo 10 mil novos Unos por mês no mercado interno e exportar outras 2.000 unidades por mês. Se as previsões se confirmarem e o Mille não for muito afetado, há possibilidade de esse duo desbancar, de forma consistente, a liderança de 24 anos do Gol. Até agora apenas o Palio conseguiu vender mais do que o Gol, mas somente por dois meses, em 2006 e 2007. O preço do novo Uno situa-se entre R$ 27.350 e R$ 31.870, sem opcionais. Os valores caem em torno de R$ 2.000 nas versões de duas portas, a partir de julho. As linhas devem agradar especialmente o público mais jovem. A base do Uno é a do Palio modificada, mantendo praticamente a mesma distancia entre-eixos deste (2,38 metros), bitola dianteira apenas 1 centímetro maior, porém com um generoso alargamento da bitola traseira em 4 cm, para 1,42 m. Comparado ao primeiro Uno, o novo é 5 cm mais alto (1,49 m) e 8 cm mais longo (3,77 m). Apesar do maior comprimento, o porta-malas de 280 litros perde para os 290 litros do veterano, mas, como este, recupera 10 litros com a regulagem do encosto do banco traseiro. Dimensionalmente pode parecer pouco, porém a habitabilidade avançou bem. O interior ficou arejado e espaçoso. Motores de 1,0 e 1,4 litro, denominados de Evo, melhoraram o consumo médio – 3% e 5%, respectivamente. O menor ganhou em potência (73/75 cv, gasolina/etanol) em relação ao Mille (nada frente ao Palio). O maior só evoluiu com etanol (85/88 cv), apesar do interessante variador de fase contínuo do comando de válvulas. No geral, o peso maior (65 kg) do novo carro anula parte dos ganhos no motor. Dirigibilidade é um dos pontos altos: mais macio que o Uno, mais firme que o Palio. Direção precisa, bons engates no câmbio e posição de guiar correta com ótimo apoio para o pé esquerdo – inexistente até no Palio – são outros destaques. Para quem tem pernas compridas há um recuo extra nos bancos, liberando uma trava. A versão Way, apesar dos pneus de perfil alto para justificar o estilo aventureiro, perde pouco em dirigibilidade. Entre as exclusividades está o para-brisa térmico para quem não precisa ou pode adquirir o ar-condicionado para desembaçar o vidro. A sonoridade das batidas de portas denota cuidados de projeto. De negativo, a impossibilidade de vidros elétricos nas portas traseiras, abertura externa da tampa do porta-malas sem puxador, conta-giros minúsculo no quadro de instrumentos, parafusos à mostra no interior, faixa degradê do para-brisa só com a opção de ar-condicionado e regulagem limitada dos encostos de cabeça nos bancos dianteiros. RODA VIVA COMO se esperava, vendas em abril – três dias úteis a menos – recuaram em comparação ao excepcional mês de março. Ainda assim o crescimento de 18% no quadrimestre em relação a 2009 alinha-se na direção de que o ano se encerrará dentro das previsões para 2010 (mais 8%). Destaque nas exportações: subiram quase 80% frente a janeiro-abril de 2009. PREÇOS tem potencial de inibir o mercado, segundo a Anfavea. Ao fim do desconto no IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) e ao aumento do aço soma-se agora uma mudança anunciada pelo governo. Peças importadas terão aumento de imposto dentro de seis meses sob regras algo nebulosas. Modelos nacionais com menor índice de nacionalização perderão grande parte de sua competitividade. AUDI R8 com o mesmo motor V10 do Lamborghini Gallardo pode não passar as sensações de um Ferrari 458. O fato é que o modelo alemão custa cerca de R$ 700 mil (metade do carro italiano), porém desempenho e prazer ao dirigir estão longe de ser apenas a metade. Mesmo comentário vale em relação ao Lambo, mas a marca é administrada pela própria Audi. GRANDE fuga da inspeção ambiental – 55% dos automóveis – em São Paulo comprova que os registros da frota são imprecisos e menores do que comumente anunciados pelo Denatran. Carros seminovos, até três anos de uso, continuam obrigados à inspeção inútil (a prefeitura esconde a estatística por ano-modelo). Os mais antigos e poluentes tendem a evadir-se. APOIADO pelo programa estadual paulista de pesquisa inovativa, o Moovi é um novo produto que pode reduzir o furto de aparelhos de som. Trata-se de um sistema de áudio sem visor nem botões, oculto em qualquer lugar do veículo. A central recebe sinais digitais de um tocador de MP3 ou celular, por meio de Bluetooth. Mais informações: www.noxt.com.br.

Nenhum comentário:

Postar um comentário