quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Ônibus em faixa exclusiva diminuem em até 50% o tempo de viagem

Campeonatos regionais, Copa do Brasil, Brasileirão e Libertadores. Estes são alguns dos eventos futebolísticos que mobilizam o calendário dos clubes de futebol pelo Brasil. Em São Paulo, o estádio do Morumbi, por exemplo, recebe cerca de 70 mil torcedores pagantes nos dias mais movimentados. Para comportar o deslocamento dessa população antes e depois das partidas, a NTU (Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos) ressalta as vantagens dos sistemas BRT (Bus Rapid Tansit), ou ônibus em faixas exclusivas, como alternativa para o atendimento aos locais onde se realizam grandes eventos de entretenimento. Em comparação aos sistemas convencionais de transportes sobre pneus, os BRTs chegam a reduzir em até 50% o tempo de viagem do usuário. Assim, um trajeto de 10 quilômetros seria feito em 25 minutos e não mais nos atuais 43 minutos. Além disso, os BRTs são sistemas flexíveis e conseguem atender a faixa de demanda entre três mil e 45 mil passageiros por hora e por sentido. Dependendo das situações, é possível mobilizar mais veículos de acordo com a necessidade para atender a demandas específicas, como em jogos de futebol e grandes eventos culturais. “As cidades brasileiras, de uma forma geral, já estão acostumadas a comportarem diversos jogos de futebol, todas as semanas. Entretanto, disponibilizar uma alternativa mais moderna aos torcedores para que eles se locomovam bem e com segurança é muito importante. Afinal, a qualidade do transporte é fundamental para garantir a satisfação das pessoas”, explica Marcos Bicalho dos Santos, diretor superintendente da NTU. Com sistemas estruturados, a população passará a recorrer a esta alternativa coletiva como forma de deslocamento, inclusive em dias de eventos com grande concentração de pessoas. Ao segregar faixas exclusivas para a circulação dos veículos de alta capacidade – que comportam, em média, 270 passageiros – os usuários ficarão menos suscetíveis aos temidos congestionamentos urbanos. Entre as demais características dos Bus Rapid Transit estão a operação com ônibus com tecnologias mais limpas, estações fechadas, bilhetagem eletrônica, pagamento das tarifas nas estações, sistema operacional e de informação ao usuário, transferência entre rotas sem incidência de custo adicional e integração modal em estações e terminais (sistema troncalizado). “O Brasil é o pioneiro na concepção e na implantação desse tipo de sistema, desde os projetos de engenharia, as obras de infraestrutura das vias até a produção de veículos. Curitiba, no Paraná, foi a cidade precursora e que deu a visibilidade necessária para que esta tecnologia internacional alcançasse diversas cidades em todo o mundo. Além disso, um ponto positivo é que a implantação de um BRT chega a ser de 10 até 20 vezes mais barata que uma obra de metrô”, complementa Bicalho. A solução já foi adotada em cinco cidades na Ásia, cinco na América do Norte, três na Oceania, nove na América Latina e 17 cidades na Europa. Além disso, existem cerca de 80 projetos em fase de implantação ao redor do mundo. Eventos esportivos na próxima década Para a primeira fase do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) da Mobilidade, anunciado no final do ano passado, o governo federal definiu que financiará 47 projetos em prol do transporte urbano, para a Copa do Mundo no Brasil. Do total de R$ 11,5 bilhões, que serão aplicados no programa, cerca de 54% desta verba será destinada à construção da infraestrutura de 20 sistemas de BRT, em 9 das 12 cidades-sede da Copa de 2014. As capitais brasileiras contempladas pelos projetos serão: Belo Horizonte (MG), Rio de Janeiro (RJ), Porto Alegre (RS), Curitiba (PR), Fortaleza (CE), Recife (PE), Salvador (BA), Cuiabá (MT) e Manaus (AM). “Tanto a Copa do Mundo quanto as Olimpíadas no Rio de Janeiro são oportunidades importantes para que o setor dos transportes urbanos ganhe maior prioridade. Até o início de 2011, os projetos-modelos de BRTs em cada cidade-sede da Copa serão licitados e as obras devem ser iniciadas depois de três meses”, diz Bicalho. A FIFA (Fédération Internationale de Football Association) estipula que até 2013, já na Copa das Confederações, todas as obras de infraesturura para a Copa do Mundo, no ano seguinte, estejam em pleno funcionamento.

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