Um caminhão esbarra em um motociclista que, ao cair, perde o capacete e bate com a cabeça no chão, vindo a falecer. Embora o motorista do caminhão possa vir a ser responsabilizado pelo acidente e pela queda do motociclista, a morte poderia ter sido evitada se o condutor da motocicleta estivesse com o capacete adequadamente preso à cabeça. Comprovar isso pode render á transportadora um considerável alívio na indenização a ser paga à família da vítima, daí porque muitas transportadoras de carga começam a investir em perícias privadas.
Segundo Márcio Montesani, Diretor do Núcleo de Perícias, muitas empresas de carga começam a perceber a importância de reunir provas para explicar situações de acidentes que podem implicar em elevadas somas indenizatórias:
“Quando um acidente ocorre, é importante chegar logo ao lugar para reunir o maior número possível de indícios que ajudem a explicar o acidente e as circunstâncias em que ferimentos ou falecimentos aconteceram. Se às vezes as empresas de carga são culpadas por determinados acidentes, o fato de que o motociclista estava sem capacete ou o passageiro do automóvel sem cinto de segurança podem explicar ferimentos e falecimentos cuja responsabilidade não pode ser imputada ao motorista do caminhão”, explica Montesani.
De acordo com o Diretor da Núcleo de Perícias, no Brasil a parte de maior poder aquisitivo é a que deve provar que tem razão. Assim, quando uma transportadora se envolve em um acidente com um motociclista ou veículo de passeio, caberá sempre à empresa reunir evidencias de que o acidente não foi causado por ela ou que as dimensões do acidente se deveram a fatores que ela não podia controlar, como uso de equipamentos de segurança por parte dos envolvidos no acontecimento:
“Como os valores de indenizações por danos ou mortes podem chegar a milhões, as transportadoras estão começando a perceber a importância de contratar empresas de perícia que as ajudem a explicar as causas dos acidentes e a dimensionar suas consequência, evitando assim, inclusive, assumir a culpa por eventos sobre os quais não têm responsabilidades”, explica.
Acidentes - Segundo Carlos Vadalá, integrante da Câmara de Gerenciamento de Risco do Sindicato das Empresas de Serviços Contábeis e Diretor Jurídico da Komando Gerenciamento de Riscos, a perícia particular pode, também, ajudar as empresas de gerenciamento de riscos e de transporte de cargas a compreender melhor as causas de acidentes, atuando assim na ponta da prevenção:
“Quando uma perícia profissional ajuda a compreender todos os fatores que levaram a um acidente, inclusive fatores humanos, isso ajuda as empresas de gerenciamento de riscos a melhorarem seus planos visando um transporte de carga mais seguro. Embora se fale muito nas perdas provocadas por roubos de cargas, o fato é que as perdas decorrentes de acidentes são muito mais elevadas, alcançando cifras que superam os R$ 300 milhões por ano no Brasil”, assinala.
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