terça-feira, 25 de abril de 2017

SUVs da Hyundai são os primeiros carros “convencionais” a cruzar a Antártida



Veículos utilitários da Hyundai foram os primeiros carros de passeio a atravessar o continente da Antártida, desde Union Camp até McMurdo, ida e volta. Os SUVs foram dirigidos por Patrick Bergel, bisneto do lendário explorador polar e herói britânico, Sir Ernest Shackleton.
A jornada, que aconteceu em dezembro de 2016, foi feita em comemoração ao centenário da heroica expedição Transantártica de Shackleton, de 1914 a 1916, e é relatada em um filme de curta-metragem criado pela Hyundai, apresentado pela primeira vez em um evento realizado em Londres, na semana passada. Além disso, para celebrar a conquista, uma campanha digital acontece nos canais do Facebook e YouTube para atingir fãs e entusiastas por aventura no mundo todo.
Scott Noh, chefe de Overseas Marketing Group da Hyundai Motor Company, afirma: “Tínhamos conhecimento da história de Sir Ernest Shackleton e, como empresa, nos identificamos com sua coragem e espírito de pioneirismo. Nosso filme celebra esse espírito e, por meio de Patrick, seu bisneto, realiza o sonho de atravessar a Antártida – só que cem anos depois. Esperamos que ele mostre a Hyundai como uma marca que é mais do que apenas um meio de transporte”.
O SUV utilizado na expedição de 30 dias foi um Santa Fe “convencional” que passou por ligeiras modificações para possibilitar o uso de pneus gigantes de baixa pressão e, desta forma, poder atravessar quase 5,8 mil quilômetros de terreno gelado em condições extremas. O modelo não somente teve que percorrer longas distâncias a temperaturas menores que 28ºC negativos, mas precisou também desbravar novos caminhos passando por plataformas de gelo flutuante que nunca haviam sido percorridas anteriormente por veículos com rodas.
De acordo com Patrick Bergel, “a jornada foi incrível e o carro, um prazer ao dirigir. Algumas vezes, a sensação era menos de estar dirigindo e mais de navegar pela neve. Esta foi uma expedição única, com um desafio que ninguém havia tentado antes. Teve tudo a ver com resistência, não velocidade, nossa média foi de apenas 27 km/h. E o sucesso foi a forma como nós e o carro encaremos a tarefa”.
Um dos mais experientes especialistas em dirigir na Antártida, Gisli Jónsson, da Arctic Trucks, ficou encarregado de preparar o veículo antes do evento e liderou a expedição no continente. Jónsson explica: “Era um SUV convencional da Hyundai. Motor, sistema de gerenciamento, transmissão, diferencial dianteiro e cardã eram completamente originais de fábrica. Porém, tivemos que adaptar grandes pneus de baixa pressão, que são importantes para manter o veículo em cima da neve em vez de abrir caminho por meio dela. Usamos uma pressão nos pneus equivalente a um décimo da normalmente utilizada nas estradas”.
Para acomodar os pneus, a carroceria do carro foi elevada com novos subchassis e suspensões, e o veículo recebeu engrenagens dentro dos cubos de roda para lidar com as diferentes forças e a necessidade de girar mais lentamente para rodar à mesma velocidade.
As outras modificações foram o aumento da capacidade do tanque de combustível, a conversão do carro para rodar com combustível Jet-A1 – o único disponível no continente – e a instalação de um pré-aquecedor para o frio. “Quem tem bastante experiência na Antártida sabe o que ela faz com as máquinas. Basicamente, tudo e qualquer coisa se desmancha. Mesmo máquinas grandes racham e se despedaçam. Esta foi a primeira vez que uma travessia total foi tentada e concluída nos dois sentidos, ida e volta. Muita gente pelo mundo pensou que nunca conseguiríamos e quando voltamos eles não acreditavam no que realmente havíamos feito”, completa.
Primeira tentativa de Sir Ernest Shackleton de atravessar a Antártida: Após a corrida ao Polo Sul, finalizada em dezembro de 1911 com a conquista do norueguês Roald Amundsen, Shackleton voltou sua atenção para a travessia da Antártida de mar a mar, pelo polo. Para tanto, fez os preparativos para o que se tornou a Expedição Transantártica Imperial, de 1914 a 1917. Durante a expedição, seu navio Endurance ficou preso em um iceberg e foi esmagado. A tripulação escapou, acampando no gelo e depois lançando barcos salva-vidas para chegar à Ilha Elefante e, posteriormente, à ilha habitada da Geórgia do Sul, uma viagem tempestuosa de 720 milhas náuticas e a mais famosa façanha de Shackleton. Em 1921, retornou para a Antártida com a expedição Shackleton-Rowett, mas morreu enquanto seu navio estava ancorado na Geórgia do Sul.

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