O Grupo Fiat fechou o ano superando todos os objetivos acima dos indicadores previstos. A receita bruta do Grupo, de 56,3 bilhões de euros, aumentou 12,3% em relação a 2009. O lucro da gestão ordinária dobrou, para 2,2 bilhões de euros (1,1 bilhão de euros em 2009), com margem sobre a receita de 3,9% (2,1% em 2009), graças à contribuição positiva de todos os setores. Já o lucro líquido foi de 600 milhões de euros (frente ao prejuízo de 848 milhões de euros em 2009). Os resultados foram divulgados ontem, em Turim (Itália), pelo CEO do grupo, Sergio Marchionne, que também apresentou os principais objetivos para o exercício deste ano.
Os resultados referem-se ao desempenho do Grupo antes da divisão em duas companhias – Fiat S.p.A, que reuniu as atividades automobilísticas, e Fiat Industrial, que congrega as fabricantes de veículos industriais, como tratores e caminhões. A cisão passou a vigorar a partir deste ano, quando foram iniciadas as negociações na Bolsa de Milão.
Outros indicadores que apresentaram desempenho favorável foram o endividamento líquido industrial, que ficou em 2,4 bilhões de euros (somava 4,4 bilhões de euros no fim de 2009) e a liquidez financeira, que foi elevada para 15,9 bilhões de euros (frente a 12,4 bilhões de euros em 2009).
O Grupo também confirmou os objetivos financeiros fixados para os diversos negócios no Plano 2010-2014 apresentado em abril de 2010. Para 2011, Fiat e Fiat Industrial fixaram os seguintes objetivos:
• Receitas de cerca de 37 bilhões de euros para a Fiat e de cerca de 22 bilhões de euros para Fiat Industrial.
• Lucro da gestão ordinária entre 0,9-1,2 bilhão de euros para a Fiat e de 1,2-1,4 bilhão de euros para Fiat Industrial.
• Endividamento líquido industrial de 1,5-1,8 bilhão de euros para a Fiat e de 1,8-2,0 bilhões de euros para a Fiat Industrial.
No comunicado, foram apresentados também os números relativos ao desempenho dos setores automobilístico e industrial, de forma separada, tanto para a Fiat pós-cisão (operações contínuas dos negócios relacionados ao setor automobilístico, como Fiat Group Automobiles, Ferrari, Maserati, Fiat Powertrain, Magneti Marelli, Teksid e Comau) quanto para a Fiat Industrial (considerando as operações descontinuadas agregadas na nova holding, como CNH, Iveco e FPT Industrial).
Setor automobilístico
Nesse contexto, as receitas da Fiat sem o setor industrial foram de 35,9 bilhões, com crescimento anual de 9,8%. Considerando-se apenas o Fiat Group Automobiles (FGA), as receitas atingiram 27,9 bilhões de euros, 6% acima do faturamento anterior. O volume de veículos distribuídos foi de 2.081.800 entre automóveis e veículos comerciais leves, com queda de 3,2% sobre o número de 2009. O comunicado ressalta que, apesar da redução da participação no mercado europeu, principalmente na Itália e Alemanha, a Fiat manteve sua posição de liderança no mercado brasileiro, com participação de 22,8%. As marcas esportivas e de luxo tiveram crescimento significativo no ano, com crescimento de 7,9% na Ferrari, para 1,9 bilhão de euros, e de 30,8% na Maserati, para 0,6 bilhão de euros. Já os setores de componentes e sistemas de produção tiveram receitas de 10,9 bilhões, com crescimento de 23,6% sobre 2009.
O lucro da gestão ordinária (trading profit) da Fiat sem o setor industrial foi de 1,1 bilhão de euros, em comparação com o resultado de 376 milhões no exercício de 2009. FGA obteve resultado positivo de 607 milhões de euros (470 milhões de euros em 2009). O crescimento foi atribuído à melhoria do mix de produtos vendidos e dos mercados atendidos, com significativa melhoria da demanda por veículos comerciais leves e a relevante contribuição das vendas no Brasil, além dos ganhos obtidos nos processos industriais (World Class Manufacturing) e na eficiência em compras. O relatório destaca também que os negócios de componentes automotivos e sistemas de produção quase triplicaram o resultado da gestão ordinária, para 249 milhões de euros (crescimento de 160 milhões de euros frente ao resultado de 2009), devido principalmente aos maiores volumes de vendas e à melhoria do mix de produtos.
Fiat Industrial
As receitas para as operações da Fiat industrial, se consideradas em separado ao longo de 2010, foram de 21,3 bilhões de euros, um crescimento de 18,8% sobre 2009. O setor de máquinas agrícolas e de construção (CNH) registrou receitas de 11,9 bilhões de euros. O crescimento foi de 17,8% sobre o ano anterior (ou de 12% se contabilizado em dólar), impulsionado pela maior demanda de máquinas agrícolas devido ao aumento dos preços globais das commodities agrícolas, além da consistente recuperação da demanda por máquinas de construção, especialmente nos mercados das Américas do Norte e do Sul e na área da Ásia do Pacífico.
Iveco registrou receitas de 8,3 bilhões de euros, com crescimento de 15,6%. Os volumes distribuídos cresceram 24,8%, para 129.630 unidades, com aumento de 52,4% na região da América Latina, de 41,6% na Europa Oriental e de 17,3% na Europa Ocidental, onde, entretanto, as vendas permanecem modestas em comparação aos níveis pré-crise. Já a FPT Industrial realizou receitas de 2,4 bilhões de euros, 52,8% acima do faturado em 2009.
O lucro da gestão ordinária para Fiat Industrial aumentou significativamente, para 1,1 bilhão de euros (frente a 322 milhões de euros em 2009). CNH registrou um resultado de 755 milhões de euros (337 milhões de euros em 2009), devido aos maiores volumes de vendas, maior utilização da capacidade instalada nas Américas e melhoria do mix de produtos e preços. Iveco registrou lucro operacional de 270 milhões de euros (105 milhões de euros em 2009), como resultado principalmente dos maiores volumes de vendas e de maior eficiência produtiva. FPT Industrial, por sua vez, registrou lucro da gestão ordinária de 65 milhões de euros, uma diferença positiva de 196 milhões de euros sobre o resultado obtido no ano anterior em conseqüência do crescimento significativo dos volumes vendidos.
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