quarta-feira, 20 de julho de 2011

Condução de veículo blindado também requer comportamento diferenciado

No dia 1º de julho, o vice-presidente da República, Michel Temer, sofreu uma tentativa de assalto em uma movimentada avenida localizada na área nobre de São Paulo. O motorista que guiava seu carro não se intimidou com a arma mostrada pelo criminoso, confiando na blindagem do automóvel. Mas, uma falta de atenção quase transformou a tentativa em algo mais grave: a porta do veículo estava destrancada.
Seguranças de Temer, que estavam em um outro veículo, reagiram e espantaram o marginal, que portava uma arma de brinquedo. O fato revela uma falha de conduta muito comum a donos e usuário de veículos blindados.
“Muitas pessoas que utilizam um blindado se sentem tão seguras no habitáculo do veículo que, por pura desatenção, acabam esquecendo que estarão efetivamente protegidas somente se obedecer a uma série de mudanças de atitude. Eliminar costumes como o de andar com portas destravadas e vidros abertos é uma das principais, já que a abertura mínima torna a blindagem completamente ineficaz”, afirma o especialista Rogério Garrubbo, da Concept Blindagens.
De acordo com Garrubbo, ao contrário do que muitos proprietários de blindados pensam, o fato de estar guiando um veículo reforçado requer ainda mais atenção por parte do motorista. “A segurança deve ser sua preocupação frequente. É importante, por exemplo, que esteja atento ao seu redor, sempre dando um espaço maior do que o normalmente dado entre o seu carro e o da frente. Essa ação viabiliza uma manobra de fuga em caso de ataque”, explica o especialista da Concept. A empresa, inclusive, oferece opções para curso especial de direção para quem decide recorrer à blindagem.
O motorista também deve estar devidamente treinado para não se deixar levar pelo fator surpresa e nem ficar em choque em uma eventual abordagem. O tempo de reação deve ser o mais veloz possível. Desde a recuperação do susto, passando pela análise do cenário ao redor e da rota possível de fuga até a aceleração do carro em busca da evasão da zona de perigo. Garrubbo, porém, faz o alerta. “O sucesso da ação só será possível se o condutor confiar totalmente na blindagem de seu veículo. Daí a extrema importância de fazer o serviço com empresas idôneas, capacitadas tecnicamente e devidamente regularizadas no Exército, que é o órgão responsável pela fiscalização do segmento”, diz.
“No setor de blindagem, não é raro encontrarmos empresas oferecendo o serviço com preço muito abaixo do praticado no mercado. Desconfie dessas. Quem procura pelo serviço de blindagem quer proteção, acima de tudo. Justamente por tal interesse, não deve ter o fator preço como determinante na escolha da blindadora. Mais importante que economia é a qualidade do serviço e a certeza de estar efetivamente protegido”.
O especialista da Concept também orienta que interessados na blindagem automotiva procurem se cercar de informações antes de qualquer procedimento. Uma visita ao site da Associação Brasileira de Blindagem (Abrablin) – www.abrablin.com.br - pode ser de grande valia para tirar dúvidas sobre o assunto.

Setor em alta

Em 2010, de acordo com levantamento da Associação Brasileira de Blindagem (Abrablin), a blindagem automotiva bateu recorde no país. Foram blindados 7.332 veículos no país, um aumento de 5,86% em relação a 2009. São Paulo é o líder no ranking dos estados com maior incidência de blindagem, com 66%.
Do universo de usuários desse tipo de proteção, a maioria é formada pelo sexo masculino (65%), dos quais a maior parcela, ou 22%, está na faixa etária entre 50 e 59 anos. Do total desse público (homens e mulheres), 85% são de empresários/executivos. Artistas/cantores formam 3%, assim como juízes, que também respondem por 3%, segundo o levantamento da entidade.

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