segunda-feira, 18 de julho de 2011

Motociclistas e profissionais do trânsito podem ser vítimas da Perda Auditiva por Ruído

Um estudo do Instituto Nacional de Surdez e Outras Doenças de Comunicação (EUA) mostrou que uma moto emite ruídos em torno de 95 decibéis (dB), nível acima do recomendado. A pesquisa acendeu um alerta entre especialistas: o trânsito do dia a dia, que já atinge níveis altíssimos de ruído sendo obrigatório o uso de equipamentos de proteção para os guardas de rua, também coloca em xeque a saúde de motoristas e, principalmente, dos motociclistas. Isso porque a exposição prolongada ao barulho de uma motocicleta pode causar nos pilotos o que se denomina PAIR (Perda Auditiva Induzida por Ruído), doença que ocupa o segundo lugar entre as mais frequentes do aparelho auditivo e entre as doenças ocupacionais que mais afetam os trabalhadores.
Especialistas alertam que o mundo está mais barulhento e nossa audição não está preparada para os níveis de ruído causados pelas máquinas criadas pelo homem, principalmente no trabalho. “Hoje, estima-se que 10% da população mundial têm algum grau de perda auditiva, sendo que grande parte danificou sua audição por exposição excessiva a sons que poderiam ter sido evitados”, alerta a fonoaudióloga da Audibel - empresa de aparelhos auditivos -, Fabiana Ferreira Camillo Stevanato. No caso dos motociclistas, tudo pode ficar pior ao se alterar o sistema de escapamento, utilizando materiais personalizados, que elevam ainda mais a altura do som emitido pelos veículos.
Não é a toa que a A OMS (Organização Mundial da Saúde) já considera a poluição sonora o terceiro maior problema ambiental mundial, mas muitos trabalhadores não estão atentos a essa questão e ignoram o uso de EPI’s (Equipamentos de Proteção Individual) como os protetores auriculares que, embora sejam obrigatórios no horário de expediente, muitas vezes ficam pendurados no pescoço e não nos ouvidos dos profissionais. “Dependendo do local onde esse profissional atua, o volume de ruído pode ultrapassar facilmente os 85 decibéis (nível máximo, suportado pelo ouvido durante 8 horas)”, exemplifica a fonoaudióloga.
E as consequências não param por aí. Além da perda auditiva, a poluição sonora causa efeitos negativos na saúde humana, como: Insônia (dificuldade de dormir); Estresse; Depressão; Perda de audição; Agressividade; Perda de atenção e concentração; Perda de memória; Dores de Cabeça; Aumento da pressão arterial; Cansaço; Gastrite e úlcera; Queda de rendimento escolar e no trabalho; Surdez (em casos de exposição a níveis altíssimos de ruído). Isso sem falar no zumbido, sensação de chiado ou apito constante - reflexo de muito tempo de exposição a determinado tipo de ruído. “É muito comum ficar com essa sensação após exposição prolongada em ambientes ruidosos, porque o volume máximo suportado pelo ouvido normalmente estava muito abaixo daquele ao qual o indivíduo estava exposto”, diz.
Segundo a fonoaudióloga, todo e qualquer lugar onde haja ruído constante é necessário proteção. Além da intensidade do ruído, o tempo de exposição é quem vai dizer por quanto tempo o trabalhador pode ficar exposto a esse barulho. “É importante observar o nível de ruído em cada ambiente para que a audição não seja lesada”, ressalta. Vale lembrar que a perda auditiva costuma ser gradativa, por isso é preciso ficar atento! Se você anda tendo dificuldade para entender o que as pessoas falam, pede com frequência para repetir o que foi dito ou costuma ouvir televisão com o volume muito alto, pode ser hora de procurar um médico. “Quanto antes procurar ajuda, mais fácil será para dar o diagnóstico e contornar o problema”, alerta Fabiana.

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