A Ducati revelou detalhes do novo motor da Ducati 1199 Panigale, chamado Superquadro. A nova superbike da Ducati só será apresentada ao público no Eicma, Salão de Milão, em novembro. Antecipando dados que só serão apresentados na Ficha Técnica do novo modelo no lançamento, a fábrica italiana de Borgo Panigale divulgou a incrível performance do dois cilindros, um L-Twin, gerando potência de 195 HP e 13,5 Kgm de torque. É um novo marco, absoluto, no desempenho de motores bicilíndricos.
Sua construção permitiu uma redução radical no peso total da motocicleta, alcançando também valores de emissão de gases inéditos, num motor de altíssimo desempenho. Além disso, projetado a partir de tecnologia da Ducati Corse, o novo propulsor só fará sua primeira revisão periódica após rodar 24 mil quilômetros.
Motor estrutural
Projetado para ser parte integrante do chassi, a arquitetura do novo motor foi totalmente recalculada para dar à moto a melhor distribuição de peso e potência. Os cilindros, que continuam a 90 graus entre si, foram girados para trás em torno do cárter por mais 6 graus, até que o cilindro dianteiro fique a 21 graus da horizontal. Isso permitiu que o motor fique posicionado 32 milímetros mais à frente, melhorando a distribuição do peso. Melhora também a posição das cabeças dos cilindros, como pontos de fixação no quadro monocoque da Panigale 1199.
A carcaça do virabrequim é agora fundida à vácuo, usando a tecnologia Vacural (da própria Ducati) para garantir redução do peso, a menor e mais consistente espessura da parede do bloco, mais resistente. E propiciou ainda a eliminação de juntas na base dos cilindros. Este projeto permite a fixação segura da cabeça do motor diretamente no cárter, com melhor vedação e dissipação de calor. E as tampas da embreagem, tampa exterior do depósito de óleo e da câmara, são todas fundidas em liga de magnésio, garantindo um motor leve apesar de sua maior resistência, como parte integrante do chassi.
O corpo do virabrequim tem rolamentos em concha no seu eixo, sistema já usado pela Ducati no motor Desmosedici RR. Remover os rolamentos de rolos permitiu um aumento no diâmetro do comando, para maior rigidez e um aumento da seção do cárter em torno da área do mancal principal, para melhorar a resistência do Superquadro em casos extremos.
Os rolamentos shell são alimentados a partir de óleo forçado, em perfurações internas, para manter o novo virabrequim bem lubrificado, sendo rapidamente eliminado de volta para o cárter, com a introdução uma nova bomba de vácuo desenvolvida pela própria Ducati, que se mostrou altamente eficiente nas corridas da MotoGP. Essa bomba é acionada pelo eixo principal da bomba de óleo, e mantém vácuo constante na área do cárter abaixo dos pistões, reduzindo a resistência atmosférica durante o curso descendente do pistão, melhorando a "respiração" interna do motor.
E finalmente, para controlar as forças de inércia em altas rotações, novas válvulas de admissão em titânio em vez de aço, repetem a solução anteriormente usada nos modelos "R" da marca. São agora acionadas pelos balancins, "superacabados", para reduzir a fricção e fadiga, revestidos em polímeros de carbono (PLC), um processo desenvolvido originalmente para a indústria aeroespacial.
Menor emissão de carbono
Com essa "respiração" do motor melhorada, o desafio do Superquadro foi para o mapeamento do programa de desempenho, otimizando o consumo de combustível, uma operação mais suave do motor, e sem comprometer as emissões. Para alcançar este objetivo, a Ducati apresentou um sistema de ar secundário, que completa a oxidação de hidrocarbonetos não queimados e efetivamente reduz os níveis de HC e CO.
O sistema é ativado quando a central eletrônica do motor reconhece condições específicas de operação, através do lambda e sensores de abertura do acelerador. Ele abre então uma válvula que permite um fluxo de ar limpo do airbox principal para uma válvula de palheta, situada em cada cabeça de cilindro, que permite o fluxo de ar sair na porta de escape perto da válvula de escape. Entrando no ponto mais quente dos gases de escape, elimina qualquer combustível não queimado que escapa durante o ciclo de exaustão sob certas condições.
Nesse motor extremo, o sistema Ducati Desmodrômico, usado em todas a motos da marca, é ainda mais importante. Com as altas rotações em que o Superquadro opera, e com válvulas de grande porte, seria impossível para os sistemas de comando comuns, de balancim e molas, seguir o fechamento nas câmaras de combustão.
Câmbio
A 1199 Panigali tem também novidades no câmbio, que teve aumentada a distância entre os centros dos eixos das seis velocidades, permitindo maior diâmetro nas engrenagens, agora mais fortes para transmitir a potência melhorada. E a nova embreagem, baseada muito de perto no projeto da Multistrada e em componentes da Diavel, apresenta um mecanismo servo-assistido e progressivo, que comprime as placas de forma melhorada, aumentando ou diminuindo a pressão sobre os discos da embreagem, reduzindo efeitos desestabilizadores da traseira da moto em condições extremas, suavizando também a condução em condições normais.
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