Carros antigos criam amizades

“Moço que carro é este?” “Ele anda?” “Este é o que chamam de calhambeque?” “Era do seu avô?” “Você tem este carro para fazer tudo o que precisa?”

Perguntas que são feitas aos proprietários, que participam com seus belos automóveis do 1º Clássicos da Alta Mogiana, de 9 a 12 de julho, lá no Clube de Campo da Sociedade Recreativa e de Esportes de Ribeirão Preto, realizado pelo Faixa Branca Clube do Carro Antigo da cidade e do Clube do Automóvel Antigo de Franca, município vizinho de Ribeirão. Verdadeiros ícones da indústria automotiva mundial. Chevrolet, Ford, VW, Mercedes-Benz, Ferrari, Maserati, BMW, Dodge, DKW, Studebaker e outras marcas, representadas por modelos considerados originais e participantes de grandes encontros de carros antigos pelo Brasil afora. O dia começou logo cedo, as “jóias” sobre rodas chegam ao recinto da exposição, dirigidos, geralmente por seus proprietários ou por pessoas da confiança deles, tomando seus lugares, dando cor e vida ao evento que promete ser a redenção do carro antigo na cidade e região. São mais de duzentos veículos, entre carros, camionetas e motocicletas, esparramados pelas dependências do clube, que em uma atitude corajosa, abraçou o evento e topou realizá-lo. “Ribeirão Preto não oferece nada a ninguém. Nós, antigomobilistas somos uma classe marginalizada. A cidade e região possuem muitos colecionadores de carros antigos, mas os governantes acham que é hobby de gente rica”, desabafou um colecionador, quando perguntado sobre o evento. “O momento que vive o antigomobilismo deveria ser respeitado. Trata-se da história do automóvel que é contada a cada encontro” completou.

Outro local

O evento deveria ser realizado em outro local, mas por problemas políticos não o foi. Falaram que Ecologia não combina com automóveis em exposição. Eles não poluem, não estragam nada e ainda proporcionam cultura a que comparece aos encontros. Sem contar as divisas que um encontro dessa grandeza traz para a cidade. Para alguns eventos, Ribeirão Preto quer largar na frente. Para outros, antes da bandeira verde ser agitada, não larga. Se esse pessoal do antigomobilismo, com toda vaidade que o ser humano carrega em seu interior, não fosse unido, o movimento já teria acabado. Com todo o descaso do poder público, Ribeirão Preto está muito bem representado na primeira edição do Clássicos da Alta Mogiana. Grandes nomes do antigomobilismo atenderam o chamado dos apaixonados por carros antigos, Eduardo Crosta e Antonio Olinto, o Tuim. Não dava para esperar outra coisa.

Além dos carros, barracas com peças, o “Mercado das Pulgas”, atendem aqueles que necessitam de um item difícil de ser encontrado para deixar seus carros perto de completos. É um evento que vale a pena ser visitado.